Vejo a ponte de novo, ergue-se lentamente, não me deixa avançar, obriga-me a parar e a pensar mas a teimosia prevalece, insisto e sigo o caminho.
A ponte ficou para trás, olho-te...é um aviso, tento não pensar em nada, quero apenas trilhar caminho, é um pouco sinuoso, não como desejaria, na verdade tem sido pior do que imaginava...
Que faço aqui afinal?, pergunto-me enquanto as escovas se mexem aceleradamente para que eu veja o que não quero ver, melhor o que estupidamente me recuso a ver.
Continuo pela estrada e agora não sei bem onde estou mas isso não é importante, tenho de sair deste labirinto, desta encruzilhada em que está a minha cabeça.
Resolvo estacionar o carro, no único lugar que encontro vazio...penso que há muito tempo não me sentia tão bem só. Felizmente que posso ouvir e ver o mar, aqui estou tranquila, quero sair mas chuva é tão forte...quero lá saber! Molho-me, não importa o quero é sentir que estou viva e perdoar-me e perdoar-te e viver e esquecer e não me atropelar, nem atropelar ninguém.
E de novo a imagem da ponte!!!
Estás presente na minha cabeça porquê?
Caramba, estavas para cima, é sinal que não te devia passar, se estivesses para baixo serias apenas uma passagem para a outra margem, estou a ler bem? Estou a perceber bem??
Não sei, nem interessa, estou encharcada, os cabelos escorrem, a roupa está colada ao meu corpo frio, que bom!
É bom sentir, seja o que for e eu sinto e sinto que estou viva mesmo que a ponte esteja entre nós.
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