Nunca me tinha apercebido desta questão; eu ando sempre despenteada e porque é que me lembrei disto hoje?
O dia está ventoso, mal saí de casa o meu cabelo começou a esvoaçar feito louco, a certa altura deixei de ver, eram só cabelos que o vento tentava arrancar da minha cabeça, ah! Mas não conseguiu!
Tive uma auxiliar há uns anos que me disse:”Apareceu mais uma educadora despenteada, tem que conhecer a sua colega!”, fiquei a pensar naquele assunto, pouco tempo, claro pois tinha mais com que me preocupar.
Mas hoje perante o dia que está, olho para a colega que me veio buscar e reparo nos seus cabelos. Qual não é o meu espanto quando com alguma atenção reparo que o cabelo dela está “no sítio”!
Dei por mim a pensar com admiração nas minhas colegas, chegam de manhã com o cabelo impecável e no fim do dia estão iguais!
Eu não consigo.
(Já tentei transportar na minha carteira uma escova mas a coitada iria morrer no fundo da mesma porque jamais me iria lembrar da sua existência para me pentear.)
Fomos tomar um café e continuei cismada com aquela situação, enquanto ela cuidadosamente bebia o seu café eu fazia malabarismos; desviando cabelos para conseguir levar a chávena à boca.
Mas não me fico por aqui, a seguir tinha que acender um cigarro mas para variar o isqueiro não existe porque acabou o último e não comprei outro.
Como é fácil de imaginar ando na minha carteira com uma caixa de fósforos daquelas grandes que se usam na cozinha.
Há que acender o cigarro, como? Leva-se o cigarro à boca puxa-se de um fósforo e tenta-se a sorte…vento, fósforos e cabelo, é uma combinação errada e perigosa, várias tentativas e nada.
Valeu-me a minha colega que com o seu isqueiro, lá me ajudou a acender o cigarro.
Ela bem penteada eu totalmente despenteada…
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