segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Há dias que estamos mais disponíveis, o sol apesar do frio, brilha cheio de alegria, gosto do sol, do calor da luz. Talvez por isso estou mais leve e fui abordada por duas amigas que precisavam de falar.
Não é minha a tristeza, é delas mas fico sempre um pouco assim quando me apercebo do mal-estar das pessoas que me rodeiam.
Sentem-se sós, precisam de carinho, de conversar, de estar com alguém. Que se passa? Cada vez mais isoladas, afastamo-nos do mundo real, fechamo-nos em casa e vêm as depressões.
Todos procuram o mesmo, ninguém, verdadeiramente, quer estar só.
Preocupa-me a forma como me dizem isto, o olhar perde o brilho, entre lágrimas pronunciam palavras soltas e quase inaudíveis porque admitir que se está só que não há ninguém para partilhar um ombro, uma conversa, um abraço…é angustiante.
Hoje senti essa angústia não só na voz como também nos gestos, na forma como tentavam explicar o que lhes vai na alma.
O Sol que há pouco brilhava perdeu um pouco essa alegria…

2 comentários:

  1. Olá, boa-tarde.
    Toca um drama profundamente humano, mas e que por isso mesmo, particularmente não concordo com ele.
    Envelhecer, só ou acompanhado faz parte da existência, e se nos conscencializarmos de que é um processo irreversívil que começa no despontar da vida, será com certeza mais fácil suportá-lo.
    Penso assim: O passado é passado, existiu e mal ou bem foi o que vivemos. Poderíamos ter feito melhor? Sim! Com certeza! Quem não tem com que se recriminar pelo que fez podendo ter feito melhor. Mas, e de que adianta? Foi vivido e foi o que tivemos. Tentar ir além disso é presunção desnecessária e é querer ultrapassar Deus. De facto, Ele também tem limitações. Pode alterar o futuro mas não modificar o passado.
    O futuro. Bem; também é isso mesmo, futuro; e no caso de quem já viveu considero que deverá mais ser encarado como um conformismo necessário a um resto de existência com dignidade. Esperar a morte com ela.
    Não concordo com choros, lamentações, pena de si mesmo, não concordo com nada disso.
    Afinal só nascemos para uma coisa verdadeiramente importante; morrer. Não aceitar ou lamentar esse momento, é cobardia e egoísmo.
    É assim que eu penso.
    Felicidades.
    SemRumo

    ResponderEliminar
  2. Minha querida Amiga, o que referes é a pura verdade. Uma verdade bem real.

    Também conheço pessoas, amigos, que vivem o drama da solidão.
    Também já o vivi, como sabes.

    Um amigo, se o é realmente, acima de tudo tem que ser um bom ouvinte.
    Foram, e são, os Amigos e Familiares que me ajudaram a ultrapassar naturalmente essa situação.
    Também já o fiz, e farei sempre, a quem me abordar ou eu vir que vive qualquer drama. Afinal sou feito de carne e osso, sou um ser humano como qualquer outro. Provido de sentimentos.

    Chorar, rir, brincar, amar faz parte do viver a vida. É um dos temperos desta. Quem afirma que existe mal em tal… apenas posso dizer que tenho pena porque não vive a vida.

    Não somos Deuses, seres superiores. Não somos indiferentes ao que nos rodeia. Aos dramas dos Amigos e demais pessoas.

    Temos um dever, uma obrigação, na sociedade em que vivemos… não ser indiferente.
    Cabe a cada um de nós contribuir, apenas na sua própria medida, é o suficiente se cada um o fizer, para termos um mundo melhor, mais solidário.

    Não concordo com frases de que “se tens um problema, nada tenho a ver com isso”, ou “mas nem o conheço. Vou preocupar-me, para quê?”, ou ainda “já é adulto que se vire” ou “já tenho filhos. Não tenho mais obrigações, só com estes”. São pensamentos egoístas de quem não viveu a vida, de quem vive algum problema. Se não o faz consigo muito dificilmente o fará com terceiros. Talvez sejam estas as primeiras a querer uma voz amiga e não tem a coragem de o solicitar.

    Nascemos para viver a vida. A morte é algo que esta já certa. Marcado à nossa nascença.

    Tenho uma frase que diz o seguinte “ aprendamos com o passado, respeitando-o”.

    Não tenho vergonha do meu passado, de quem o viveu comigo em todas as situações. Respeito profundamente todas as pessoas que passaram por ele e me acompanharam seja em família, trabalho, politica, desporto, em tudo.

    Como te conheço, sei que dificilmente és pessoa de conformismos ou de não olhares para o lado. Somos dois.


    Minha Amiga temos no nosso ADN algo muito importante, SER SOLIDÁRIO.
    Respeito-te por tal e muito mais. Continua nesse caminho. Eu mantenho-me firme e “hirto”.

    Não te preocupes com o Sol. Brilha sempre. Queiramos nós tal.

    Beijos com Amizade

    ResponderEliminar