segunda-feira, 29 de março de 2010

Em alerta

De repente ouço os sinos tocar a rebate, sei o que significa
Dentro de mim tudo está em alerta
Brevemente o incêndio há muito extinto volta a tomar forma, a ganhar vida
Todas as palavras por ti proferidas deixam de fazer sentido
Estou em alerta
Tudo me soa a falso
Há tanto tempo que não sentia este mau estar
Sinto a mudança que lentamente se apodera de mim
Já não sou, já não te ouço, já não estou aqui
A minha alma partiu para se proteger
Está apenas um corpo triste
Sei o que queres, o que pretendes
Não é por mal, eu sei
Mas não posso, para ser eu
Não te posso ouvir
Usas o meu ser da forma que te é mais útil
Talvez mas isso foi no passado
Agora não.
Mas continuo triste.
Estás sempre pronto para me espetares uma seta envenenada
Caso não esteja atenta
Mas estou, nunca estive tão atenta
E por isso afasto-me, protejo-me, já não te ouço
As tuas palavras já não fazem sentido
Mas custa entender que para ti
Serei sempre um porto de abrigo momentâneo
Para satisfazer as tuas necessidades não físicas, não emocionais
Mas outras…
Desta vez não te dei hipótese
Nem voltarei a dar.
Estarei em alerta, triste mas vitoriosa.

Sem comentários:

Enviar um comentário